Pouca gente fala sobre os atrativos turísticos do Acre, mas uma importante parte da história brasileira aconteceu aqui. Sem falar que ele fica no coração da maior floresta tropical do mundo. Por isso, veja o que fazer em Rio Branco e nas cidades ao redor.
A capital do Acre deveria ser a primeira opção para quem quer visitar a Amazônia brasileira. De fato, é ela quem mora no coração da maior floresta tropical do planeta, que se estende por nove países aqui da América do Sul. Além disso, a poucos quilômetros, vivem dezenas de grupos indígenas. Eles fazem da cidade um caldeirão cultural rico pela harmonia dos seus povos tradicionais. É verdade que foram os nordestinos que impulsionaram a sua economia quando vieram para cá. Eles trabalhavam na extração artesanal do látex, mas não é deles, apenas, o mérito de construir esse estado.
No Acre, metade do território é preservado e, ainda assim, apresenta números importantes no seu desenvolvimento econômico. Bem cuidada, recheada por uma ampla malha cicloviária e limpa, Rio Branco vai lhe surpreender. Investimentos pesados em infraestrutura, mobilidade e tecnologia já começam a dar os seus primeiros frutos. O transporte público tem melhorado, principalmente depois da reforma do terminal urbano que faz a ligação das principais linhas. Ah, e há internet sem fio em boa parte do Centro, por exemplo. Descubra, então, o que fazer em Rio Branco.
O que fazer em Rio Branco
Palácio Rio Branco
Comece, por aqui, o seu passeio pela cidade. Sede do governo acriano, desde 1930, o Palácio é uma bela e imponente construção no coração da capital. Um dos primeiros prédios de alvenaria do estado, nele há uma exposição permanente que ocupa várias salas em seu andar térreo. Aqui, é contada a história do desenvolvimento do Acre. Tudo fará mais sentido depois que você entender um pouco mais sobre os tratados que deram origem ao estado. Depois, entenda as brigas territoriais que resultaram na Revolução Acriana, a história do ambientalista Chico Mendes e, até mesmo, a origem do seu símbolo maior: a bandeira do Acre. Em resumo, prepare-se para mergulhar em uma história riquíssima. A visita pode ser feita de terça a domingo, incluindo feriados, das 8h às 17h.
Deque da Gameleira
Aqui, nasceu Rio Branco. As casas coloridas, construídas às margens do Rio Acre quando a cidade ainda era o Seringal Volta da Empreza, hoje são tombadas pelo Departamento do Patrimônio Histórico. O imenso calçadão é um convite para um passeio despretensioso até a curva do rio.
Mercado Velho
Na outra margem está a área do mercado popular municipal. Revitalizado, ganhou o apelido de Novo Mercado Velho. Com isso, voltou às graças da população e de turistas que aproveitam a brisa do Rio Acre para um encontro de fim de tarde. Durante o dia, o mercado é um ótimo destino para conhecer um pouco do artesanato local. A Casa do Artesão também, que fica um pouco mais longe do Centro. Ao lado do Mercado Velho funciona uma cantina onde são servidos café da manhã e almoço. Esse é um daqueles locais extremamente interessantes e que respira tradição. Vale a pena conhecer e conversar um pouco com as senhoras que preparam a comida.
Parque da Maternidade
O antigo valão que cortava a cidade há pouco mais de uma década foi transformado. Hoje é uma imensa área verde equipada com diversas opções para o seu fim de tarde. Aqui, os acrianos aproveitam para fazer aquela caminhada, colocar o papo em dia e saborear o tacacá em um dos bares que margeiam o parque. Para apreciar esse prato típico da Região Norte feito à base de tucupi, jambu e camarão, a melhor pedida é o Tacacá da Base.
Parque Ambiental Chico Mendes
São 57 hectares de área. O Parque é um centro de preservação e educação ambiental com 33 espécies de animais nativos da floresta amazônica acriana. É um programa bem legal para você fazer em Rio Branco. Além disso, uma parceria com o Ibama permite que os animais apreendidos ou entregues pelos antigos donos sejam tratados e readaptados para voltarem à natureza. Inaugurado em 1996, o parque tem trilhas ecológicas e um memorial destinado ao seu patrono, o ambientalista Chico Mendes. “Esse parque existe para ensinar que é possível viver na floresta e viver da floresta”, explica Joseline Guimarães, gerente do parque.
As visitas acontecem de terça a domingo, das 7h às 17h.
Casa dos Povos da Floresta
Se você quiser conhecer melhor as etnias que formam o Acre, inclua uma visita à Casa dos Povos da Floresta entre as coisas para fazer em Rio Branco. A Casa foi construída às margens do Parque da Maternidade. O centro conta a história dos povos tradicionais da Amazônia acriana: os ribeirinhos, os seringueiros e os indígenas. É possível conhecer um pouco das lendas dessas comunidades, como as histórias do Mapinguari, do boto e da cobra grande, por exemplo. A arte e a cultura indígenas são retratadas na casa pelas cerâmicas e pelo kene. Este é um estilo de desenho característicos da etnia Kaxinawa, que vive na fronteira com o Peru. Nos tempos de festas, os índios usam a tinta do jenipapo para pintar seus corpos. Feitos exclusivamente por mulheres, esses desenhos também são aplicados em tecidos, cestos e outros utensílios.
Biblioteca da Floresta
Esqueça aquela ideia de um amontoado de livros empoeirados. Esqueça também as pessoas pedindo para que você faça silêncio. Isso, definitivamente, não é o que você vai encontrar nesse moderno centro de informações sobre a história e a cultura acrianas. Ainda no andar térreo, você terá uma breve aula sobre as dezesseis etnias indígenas que habitam a Amazônia acriana. Vai conhecer um pouco mais sobre seus costumes e características. Uma escada ambientada com plantas e sons da floresta lhe conduz até os outros andares do prédio. Uma imensa canoa ornamenta o salão do terceiro andar, mas nada se compara à reconstrução fidelíssima de uma tradicional casa de seringueiro. Impecável nos detalhes, é possível ouvir o som do velho rádio reproduzindo quase que silenciosamente as notícias do dia.
A biblioteca funciona de terça a sábado, das 8h às 18h. Visitas em grupo devem ser agendadas pelo telefone (68) 3224-5668.
Voo de balão
Essa é uma daquelas atividades imperdíveis. Aproveite porque esse é o único voo de balão de toda a floresta amazônica. Isso é mais que exclusividade: é emoção à flor da pele. A paisagem do nascer do sol é de arrepiar. Tem ainda os geoglifos, imensas estruturas geométricas escavadas no solo e que ainda são um grande mistério e alvo de pesquisas que começaram ainda na década de 1970.
O que fazer nos arredores de Rio Branco
Em Xapuri, dá para visitar a casa onde o ambientalista e sindicalista Chico Mendes morou até ser assassinado em 1988. Para quem sai de Rio Branco, Xapuri fica a pouco mais de 170 quilômetros de viagem pela BR-317. A rodovia corta os municípios de Senador Guiomard e Capixaba. A 32 quilômetros da sede de Xapuri – doze são de estrada de terra – fica o assentamento rural de Seringal Cachoeira. Este é um lugar especial onde o tema sustentabilidade, tão falado nos dias atuais, já era discutido há pelo menos 40 anos.
No Seringal, você pode fazer várias atividades como arvorismo, trilhas, caminhadas, conhecer a casa de um seringueiro e até se hospedar em na Pousada Ecológico Seringal Cachoeira, que promete uma imersão total na natureza.
O Aeroporto Internacional de Rio Branco (RBR) fica na capital, a cerca de 25 quilômetros do Centro. Duas importantes rodovias federais cortam o estado. A BR-364 liga o Acre às Regiões Sul e Sudeste do Brasil e vai, também, na direção de Cruzeiro do Sul, segunda principal cidade acriana. A Br-317 vai até a fronteira com a Bolívia, em Brasiléia, e com o Peru, em Assis Brasil.Para quem vai viajar de ônibus, da Rodoviária de Rio Branco partem veículos para várias cidades do Estado, para estados vizinhos e para rotas internacionais, como Peru e Bolívia.
Quando ir
A melhor época para visitar Rio Brando é no meio do ano, entre junho e agosto. Nesse período, os dias são pouco encobertos e sem chuva, com sensação de temperatura entre 18 e 27 graus. Os meses mais chuvosos são dezembro, janeiro e fevereiro. É bom evitá-los.
Onde comer
O Acre experimenta muito os sabores dos outros estados da Região Norte, e experimentar dessa gastronomia é uma das coisas que você não pode deixar de fazer em Rio Branco. O açaí – comido com farinha –, o tacacá no fim da tarde e o pato no tucupi são alguns dos exemplos desse compartilhar de sabores. A criação local é a rabada no tucupi, que substitui a ave do tradicional prato paraense pela carne bovina. Ambos podem ser saboreados em fartura nos restaurantes da cidade, mas se a sua opção é o tradicional pato, chegue até o Point do Pato, uma rústica e simples casa especializada nessa iguaria amazônica.
Fonte dos textos e fotos: penaestrada.blog.br / Charlie Styforlamber /
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