VIAGEM, TURISMO E AVENTURAS POR LUGARES INCRÍVEIS : ROTEIRO COMPLETO PARA CONHECER E APAIXONAR POR BRASÍLIA / DG

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

ROTEIRO COMPLETO PARA CONHECER E APAIXONAR POR BRASÍLIA / DG





Demorou dois séculos e quase uma década para que a capital do Brasil viesse a ocupar o Planalto Central, desde que o Marquês de Pombal encomendou, em 1751, uma carta geográfica de Goiás ao explorador italiano Francesco Tosi Colombina.



No Brasil Colônia e no período do Império, várias foram as tentativas de transferir a sede do governo para a região Centro-Oeste, até que, na promulgação da primeira constituição da República em 1891, seria finalmente demarcada a área do Distrito Federal. 
Um dos passeios de Brasília é a Torre de Televisão, que permite vista panorâmica do Eixo Monumental, Lago Paranoá, Parque da Cidade e Asa Sul e Norte. A estrutura metálica de 75m, projetada por Lucio Costa, é a mais alta da América Latina (Divulgação)
Além de Brasília, inaugurada em 1960, o Distrito Federal compõe-se de dezenove regiões administrativas (RAs), as chamadas cidades satélites. Estima-se que 90% dois 2,5 milhões de habitantes do Distrito Federal vivam nessas RAs, entre as quais estão Sobradinho, Gama, Guará, Taguatinga e Planaltina.

A partir de Sobradinho, aliás, tem-se acesso à Chapada Imperial, área de proteção ambiental repleta de trilhas e cachoeiras – são 22 quedas – e habitada por papagaios e araras. 
Os três arcos sobre a Ponte Juscelino Kubitschek, de 1,2km de extensão, inaugurada em 2002, são inspirados no movimento de uma pedra quicando sobre um espelho dágua
Os visitantes podem assistir parte de uma sessão no Congresso Nacional, o maior símbolo de Brasília, projetado por Niemeyer (Hemera)
Também nos arredores de Brasília está o Salto do Itiquira, uma das maiores quedas d’água do Centro-Oeste, com 168 metros, na cidade goiana de Formosa. Mas as mais importantes atrações turísticas estão mesmo circunscritas ao Plano Piloto, que tem como marca os traços arquitetônicos de Oscar Niemeyer.

São palácios e prédios públicos dos Três Poderes, monumentos e pontos emblemáticos, a exemplo da Catedral Metropolitana com seus dezesseis pilares curvados que se fecham no topo para depois se abrirem. 
Fachada do Supremo Tribunal Federal e estátua "A Justiça", de Alfredo Seschiatti, no Eixo Monumental (Hemera)
O monumento "Os Guerreiros", também conhecido como Os Candangos, de Bruno Giorgi, é uma homenagem aos operários que trabalharam na construção de Brasília (Nelio Rodrigues)
O traço de gênio está presente nas ruas e paisagens de Brasília. Soma dos talentos individuais de Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Athos Bulcão e Burle Marx, a Capital Federal não ganhou à toa o título de patrimônio da humanidade pela Unesco. Por isso, deixe de lado por um momento o desânimo provocado pelo noticiário político e concentre-se em cada detalhe da cidade – inclusive na beleza dos prédios modernistas que guardam as sedes do poder.

De início, podem causar estranhamento o esquema urbanístico e o fluxo de circulação, com Eixos, Asa Norte, Asa Sul. Uma vez que você consiga compreendê-los, chegará a toda parte. Daí, é só explorar as ruas movimentadas, a agitada vida cultural e os bons restaurantes – entre os dez estrelados do GUIA BRASIL 2015, destaque para o peruano Taypá e o português Dalí Camões. 
Monumento "Os Guerreiros" e Congresso Nacional na Praça dos Três Poderes (Nelio Rodrigues)
Capela Militar, em Brasília (Thinkstock)
UM DIA PERFEITO EM BRASÍLIA, DF
Com um dia, concentre-se nas atrações do Eixo Monumental. Na Praça dos Três Poderes há o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

Mais adiante fica o Palácio Itamaraty, repleto de obras de arte. Almoce no estrelado português Dalí Camões antes de visitar a Catedral Metropolitana e o Memorial JK. À noite, vá a um bar do Pontão do Lago Sul ou jante no Taypá. 
A Praça dos Três Poderes une o Congresso (Poder Legislativo), o Palácio do Planalto (Executivo) e o Supremo Tribunal Federal (Judiciário) (Hemera)
Biblioteca Nacional de Brasília e o Museu Nacional fazem parte do Complexo Cultural da República, projetado por Niemeyer (Hemera)
O GUIA RECOMENDA 
Cinco dias – Complete o turismo cívico conhecendo o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, e o Catetinho, onde Juscelino Kubitschek se hospedava durante a construção da capital. Vale passar uma manhã no Parque da Cidade e subir na Torre de Televisão para ver, do alto, o desenho do Plano Piloto. Almoce no Corrientes 348 ou no Mangai, ambos na Orla da Ponte JK, um dos mais recentes cartões-postais da cidade.

Confira a programação do Centro Cultural Banco do Brasil e do Museu Nacional. Visite o Museu de Valores e aprecie os belos vitrais do Santuário Dom Bosco. Prove uma das carnes do badalado Rubaiyat BrasÍlia, com vista para o Lago Paranoá. Escolha roupas confortáveis e prepare-se para conhecer, em dois dias, a reserva ecológica Chapada Imperial, ainda no Distrito Federal, e o Salto do Itiquira, na cidade de Formosa, em Goiás. 
Palácio do Planalto, em Brasília (Sérgio Francês)
Primeiro templo religioso da cidade, a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima foi construída a pedido da então primeira-dama, Sarah Kubitschek, para o pagamento de uma promessa (Sérgio Francês)
COMO CHEGAR EM BRASÍLIA, DF
Quem parte de São Paulo inicia a viagem pela Anhanguera/Bandeirantes e segue pela BR-050. A BR-040 parte do Rio de Janeiro e passa por Belo Horizonte. Saindo do Nordeste, alcança-se o Distrito Federal pela BR-020, passando por Formosa. A Belém-Brasília (BR-153) e depois a BR-080 ligam a região Norte à capital federal.

Saindo de Goiânia, o acesso é pela BR-060. A partir do Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek pode-se acessar o Centro de táxi (R$ 45 em média), de ônibus comum (R$ 2) ou de ônibus executivo (R$ 8; a cada 30 minutos), que leva até os Setores Hoteleiros. A rodoviária interestadual fica ao lado da estação Shopping do Metrô, que segue até o Centro do Plano Piloto. 
O Santuário Dom Bosco chama atenção pela luz azul que tinge todo ambiente. Isto se dá pois, no lugar de paredes, a igreja é cercada por vitrais (Sérgio Francês)
Interior do Santuário Dom Bosco, em Brasília (Madalena Leles)
COMO CIRCULAR POR BRASÍLIA, DF
Num primeiro momento, o sistema viário do Plano Piloto parece uma grande confusão. Mas depois que você consegue assimilá-lo, percebe que é possível chegar a qualquer lugar sem mapa. O Eixo Monumental corta a cidade de leste a oeste e reúne as melhores atrações, concentradas principalmente na Esplanada dos Ministérios. As asas Sul e Norte são cortadas pelo Eixo Rodoviário, ou Eixão (via rápida); paralelamente, os eixinhos e as vias W3 e L2 dão acesso às Superquadras residenciais e ao Comércio Local.

Já os setores hoteleiros ficam próximos do cruzamento dos dois eixos principais. Existem ainda áreas afastadas, como os setores de Clubes, de Habitações Individuais e dos lagos Norte e Sul. Transporte público não é exatamente o forte de Brasília; se você estiver sem carro, prepare-se para recorrer aos táxis. 
Sede do Ministério das Relações Exteriores, o Palácio do Itamaraty abriga obras de Alfredo Volpi, Athos Bulcão, Lasar Segall e Victor Brecheret (Madalena Leles)
HOTÉIS EM BRASÍLIA, DF
A ocupação e as tarifas sobem muito entre terça e quinta – faça reserva com antecedência para este período. Nos fins de semana, com a diminuição das atividades empresarial e política, há boas promoções. No Plano Piloto, os setores hoteleiros Norte e Sul estão na junção dos eixos Monumental e Rodoviário, próximos ao comércio e aos shoppings. Ambos têm perfil executivo, mas a maioria não dispõe de estacionamento próprio – utiliza-se o público, com vagas concorridas.

No Setor de Hotéis e Turismo, perto do Palácio da Alvorada, as hospedagens ficam em terrenos à beira do Lago Paranoá e oferecem bom lazer. A 25 km do Plano Piloto, as regiões administrativas de Taguatinga e Águas Claras crescem como o novo polo hoteleiro da região, a reboque principalmente do turismo de negócios e da expectativa de chegada, até 2015, do novo Centro Administrativo em Taguatinga. 
Eixo Monumental visto da Torre de Televisão (Valdemir Cunha)
ONDE COMER EM BRASÍLIA, DF
A gastronomia de Brasília dá um salto qualitativo no GUIA BRASIL 2015. Em número de estrelados (dez), iguala-se a Belo Horizonte (a capital mineira leva vantagem no desempate, por ter um duas-estrelas). Três deles ganham o prêmio pela primeira vez nesta edição: o português Dalí Camões, o peruano Taypá e o variado (e badalado) Rubaiyat Brasília.

A Asa Sul ainda concentra a maioria dos endereços, mas o Setor de Clubes Esportivos Sul vem se consolidando como polo gastronômico, com a inauguração do Nau Frutos do Mar e a chegada do estrelado Corrientes 348, que trocou a Asa Sul pela brisa do Lago Paranoá. 
O Filé mignon com bernaise de tucupi é uma das especialidades do Aquavit, que recebeu o prêmio A Melhor Cozinha Contemporânea pelo júri da Veja Brasília Comer e Beber 2010/2011 (Leo Feltran)
BOM E BARATO 
Em uma cidade com restaurantes festejados, a baixa gastronomia também tem vez. Alguns clássicos locais: Pizzaria Dom Bosco (3443-7579), Pastelaria Viçosa (3347-2001), cachorro-quente do Landi e o árabe Beirute. 
Foie gras flambado na cachaça, criação de Mara Alcamim, chef e dona do restaurante Zuu A.Z.D.Z. (Ana Araújo)
SABORES 
As comerciais 412 e 413 Norte vêm se consolidando como a mais nova rua dos restaurantes. Tem padaria, creperia, café, pizzaria, churrascaria, hamburgueria… Se exagerar nas calorias, vale caminhar no Parque Olhos d’Água – há uma entrada a poucos passos dali. 
Também à beira do Lago Paranoá, o restaurante Patú Anú é ideal para jantares românticos (Ana Araújo)
NOITE 
No Setor Bancário Sul, o Outro Calaf apresenta rodas de samba e ritmos variados de segunda a sábado. Na Asa Sul, o O’Rilley Irish Pub (3244-2424) tem vocação roqueira, com bandas ou DJs. Para quem curte shows de MPB, o Clube do Choro (3224-0599), no Eixo Monumental, é um clássico. Na mesma região, música sertaneja e eletrônica são ouvidas, respectivamente, no Duetto Lounge & Bar (3224-6940) e na Mokai (8177-3096), ambos no Shopping Pier 21.
Varanda do restaurante Aquavit com vista para o Lago Paranoá (Ana Araújo)
ARTES 
O livro Do Céu, Brasília, produção do fotógrafo Bento Viana, traz 200 imagens feitas a bordo de um helicóptero, depois de dois anos de cliques e mais de 100 horas de voo. Vistas de cima, as formas e cores da capital assumem outra dimensão, e surpreendem até quem já a conhece bem. 
Os apreciadores de arte podem visitar as cinco galerias que compõem a Caixa Cultural, localizada no Setor Bancário Sul (Ana Araújo)
PROGRAME-SE 
A melhor época é de outubro a março, quando os extensos gramados ficam verdinhos. De junho a agosto, o tempo seco costuma incomodar. O 7 de Setembro é celebrado com desfile e voo da Esquadrilha da Fumaça. 
O restaurante Mangai, especialista na culinária sertaneja, serve carne de sol com nata, baião de dois, macaxeira e feijão-verde (Divulgação)
CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASÍLIA, DF
Polêmico e ambicioso, o projeto de Niemeyer é uma das referências da arquitetura moderna brasileira. 
Nele, 16 pilares curvados fecham-se no topo para depois abrirem-se novamente, com pontas sobressalentes, em direção ao céu. Na decoração, a bela A Via-Sacra, de Di Cavalcanti, e os painéis de Athos Bulcão.

Horário de funcionamento 
Segunda-feira e sábado, das 8h às 17h, de terça a sexta e domingo, das 8h às 18h 
A forma da Catedral de Brasília é bastante peculiar: 16 pilares curvados fecham-se no topo para depois abrirem-se novamente; entre eles, frágeis vitrais decoram e iluminam o interior (Creative commons / Flickr / rodrigoaraujophoto)
O campanário da igreja também tem formas modernas e abriga quatro sinos (Creative commons/Flickr/eurritimia)
Na decoração da Catedral, a bela A Via-Sacra, de Di Cavalcanti, e os painéis de Athos Bulcão (Creative commons/Flickr/leandrociuffo)
Localizada no Eixo Monumental, a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida de Brasília é um dos projetos mais conhecidos de Oscar Niemeyer (Madalena Leles)
Como foi construída abaixo do nível do solo, a catedral metropolitana de Brasília revela-se maior por dentro do que se presume. O local reúne obras de Di Cavalcanti, Ceschiatti e Athos Bulcão (Maria Luiza Lara)
A cúpula branca do Museu Nacional de Brasília chama atenção pela enorme rampa de acesso e por uma passarela externa que serve de mirante para a Esplanada dos Ministérios; ao fundo, a Catedral Metropolitana de Brasília, com formas que contrastam com a meia esfera do Museu (Hemera)
DISTÂNCIA DE BRASÍLIA, DF PARA OUTRAS CIDADES: 
Goiânia, 211 km, Belo Horizonte, 747 km, Palmas, 850 km, São Paulo, 1011 km, Campo Grande, 1079 km, Cuiabá, 1147 km, Rio de Janeiro, 1170 km, Vitória, 1279 km, Curitiba, 1402 km, Salvador, 1508 km, Florianópolis, 1684 km, Maceió, 1973 km, Porto Alegre, 2113 km, Belém, 2159 km, Recife, 2197 km, João Pessoa, 2317 km, Fortaleza, 2482 km 
Painel do artista plástico Athos Bulcão, no Congresso Nacional (Edgard César)
Distrito Federal 
Capital: Brasília 
População: 2.043.169 hab
DDD: 61
(por Luiz Giannoni) 
O Pontão do Lago Sul é uma opção de lazer em Brasília. O local reúne adeptos de windsurfe, lanchas, barcos, além de restaurantes, bares e quiosques (José Eduardo Camargo)

FONTE DOS TEXTOS E FOTOS: VIAGEMETURISMO.ABRIL.COM.BR / THYMONTHY BECKER 







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